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O grão, também conhecido como grão-de-bico, é uma leguminosa (pertencente à família das ervilhas) que teve origem da Turquia, na Síria e no Irã. O cultivo desta leguminosa começou 7000 anos aC. Era popular e amplamente consumido no antigo Egito, na Grécia e em Roma.
Em Espanha, foi introduzido pelos fenícios e tornou-se bastante popular durante o domínio árabe na península ibérica. Foram principalmente os espanhóis que trouxeram o grão-de-bico para o Novo Mundo, pouco depois dos Descobrimentos.
Chegou ao Brasil com os portugueses, que utilizam o ingrediente em vários pratos típicos, mas o seu cultivo e o seu consumo cresceram por conta dos imigrantes vindos da Espanha e do Oriente Médio.
É a quinta leguminosa mais cultivada no mundo, depois da soja, do amendoim, dos feijões e da ervilha.
O grão-de-bico é uma proteína de origem vegetal pelo que numa dieta saudável pode ajudar no aumento de massa muscular. Cerca de 30% da sua constituição são de proteínas. Entre os principais componentes das proteínas do grão está o aminoácido triptofano. No organismo, esta substância transforma-se em serotonina, um neurotransmissor relacionado às sensações de bem-estar e prazer.
É ainda um óptimo alimento para ajudar a controlar o peso, já que possui hidratos de carbono complexos (de metabolização lenta no organismo) e é rico em fibras, o que proporciona quer a sensação de saciedade após a alimentação quer ajuda a diminuir o "mau" colesterol - LDL. Estas fibras ajudam também na prevenção do cancro do cólon e do reto e ajudam a diminuir a obstipação.
Apresenta na sua composição ferro, zinco, potássio, magnésio, fósforo, manganês, niacina, folato e cálcio, além de ômegas 3 e 6 (óptimos para prevenção de doenças cardiovasculares).
Estudos mostram que o consumo regular de leguminosas, pode ajudar no controle da diabetes e na diminuição do risco de doenças cardiovasculares.
O grão-de-bico beneficia ainda o desenvolvimento de bactérias benéficas no intestino grosso — ele contém um amido que resiste ao processo de digestão e serve de “alimento” para essas bactérias, que competem com as bactérias que fazem mal, diminuindo o desenvolvimento destas últimas e favorecendo o sistema imunológico do corpo.
As bactérias benéficas também podem ajudar a absorção de certos nutrientes, como o cálcio, e oferecer protecção contra o cancro colo-retal.
Se o grão lhe costuma provocar flatulência experimente acrescentar à água de demolhar um pedaço de alga kombu uma vez que esta vai facilitar a digestão das leguminosas.
Devemos dar sempre preferência a leguminosas secas, demolhá-las e cozê-las, uma vez que estas não possuem nenhum ingrediente adicionado tais como açúcares e conservantes.
Atenção! É muito importante demolhar as leguminosas secas! Na natureza as sementes encontram-se num estado “adormecido” e só se desenvolvem quando as condições são ideais. Elas possuem mecanismos de defesa que incluem inibidores de enzimas, substâncias tóxicas e anti-nutrientes que permitem manter todas as suas propriedades intactas até ao momento que em contacto com a água, neste caso com a chuva, começa o seu processo de germinação e se desenvolve a nova planta.
Ao demolhar estamos a imitar o processo que acontece na natureza, iniciando a germinação e só desta forma as enzimas começam a ser produzidas. As proteínas, os minerais, e as vitaminas ficam biodisponíveis e são mais fáceis de serem assimilados pelo nosso organismo.
A água deve depois ser eliminada e com nova água começamos o processo da cozedura.
Ao comprar a leguminosa seca, verifique sempre se os grãos estão inteiros, com tamanho e cor uniformes, sem manchas escuras ou sinais de humidade. Se já estiver embalado, observe se não há insetos no interior da embalagem.
Na compra de grão-de-bico em conserva, a embalagem deve ser intacta, sem sinais de ferrugem e dentro do prazo de validade. Procure também aquele com menor lista de ingredientes!
Ana Catarina Tavares
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